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domingo, 1 de março de 2009

Paris by night

Sábado à noite, primeira saída em Paris: fui com Cid e Virginie para uma boate chamada Social Club lá pros lados da Bourse. O DJ era chato demais e a música idem, mas mesmo assim me diverti observando o comportamento das pessoas na noite parisiense. Algumas figuras são clássicas em qualquer lugar: o arroz-de-festa flanando em todas as meninas presentes, o tímido que fica no cantinho desejando ter a cara de pau do arroz-de-festa, o mauricinho que olha todo mundo de cima, o alternativo com camisa de banda que só ele conhece. Até aí, normal. Foram as diferenças de estilo e comportamento que me interessaram.


Pra começar, aqui eles não têm ritmo. Não têm, ponto. Algumas pessoas até dançam na batida da música, mas a maioria abstrai o que está tocando e inventa sua própria cadência, algo entre uma sacudida e uma tentativa de rebolado.

O jeito de se vestir de alguns é peculiar, já que certos meninos não largam de seus chapéus e certas meninas não abrem mão de suas echarpes nem mesmo numa pista de dança quente. E não vi ninguém suado, hein!

Também achei surpreendente a intimidade que as pessoas de um mesmo grupo pareciam ter entre si, já que cada hora que eu olhava, achava um novo par formado entre as mesmas pessoas. Do tipo: “Ih, a loirinha pegou o cabeludo. Não, acho que ela está com o ruivo. Ué, ela ta pegando a japa? Ah, não, acho que ela ta ficando com aquele outro cabeludo. Quem ta pegando o ruivo é a japa.” Na verdade, em nenhuma das interações vi beijo, então acho que na real ninguém estava pegando ninguém, o que é ainda mais curioso. Não que dançar com outra pessoa de forma, digamos, sensual, seja incomum no Brasil; só não achei que fosse comum na França. E de certa forma, é um tipo de sensualidade diferente, que aparenta um pouco forçada. Como contraponto, por exemplo, os espanhóis também dançam colado e às vezes são pares de pessoas que nem se conhecem entre si, mas isso lá me pareceu mais natural do que aqui. Ou talvez eu esteja viajando, sei lá.

Agora diferente mesmo foi andar do 2ème até o 7ème a pé às 03h30 da manhã sem medo de ser assaltada. Cansativo, mas impagável.

6 comentários:

Andy disse...

muito divertido o blog de vcs.

Mulherzices disse...

Caraca eles sáo inimigos do ritmo mesmo... coisa engraçada isso né?? Sobre esse lance de dançar parecendo que estáo se pegando rola no mundo todo... nos EUA também é assim... mas beijo na boca que é bom, quase n rola. Coisa estranha!!! Prefiro o Brasil... se é pra dançar assim beija logo porra!!! hahahahhaha

Maíra K. disse...

Pois é, é o que eu acho! Beija logo! É menos hipócrita e mais divertido! Hehehehe!

Anônimo disse...

Um parêntese: eu já morei com argentinos, uma colombiana, uma mexicana, um suiço, uma americana e uma malaia. De todos eles, quem dançava melhor era a malaia, o que me surpreendeu. Era cheia de suingue, com aquela cara de chinesa!!!! A americana dançava igual streaper, mas sem o menor ritmo, o que era hilário. Volta e meia alguém tinha que mandar ela descer do balcão.

Mulherzices disse...

hahahahahhahahahhah....Caraca Marininha vc ta vivida heim amiga!!! rsrsrsrs... Já viu o filme Albergue Espanhol? Parece sua vida!!!
beijoooo

Anônimo disse...

Quando voltar vamos mostrar ao povo Parisiense o que é uma boa dança ritmada e marcada por beijos! Pergunta: tem problema se rolar mão boba pra arrematar?