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terça-feira, 28 de abril de 2009

Chèque annulé

A burocracia francesa é um troço muito esquisito mesmo. Aqui eles exigem pra tudo um documento chamado RIB (Relevé d'Identité Bancaire), que é um papel com as suas coordenadas bancárias, como número de conta, agência, nome do titular, endereço do banco. Até aí, tudo bem. O que eu achei bizarro foi o tal do chèque annulé que algumas instituições pedem. Trata-se de um cheque anulado, como o nome em francês já dá a entender, e você tem que preenchê-lo com "zero" e "annulée". Serve para informar as suas coordenadas bancárias, como número de conta, agência, nome do titular, endereço do banco. Alguma semelhança com o RIB?

Mas isso ainda não é o pior. A incoerência é que às vezes eles pedem o RIB e o chèque annulé. Não sei se eu tenho cara de quem falsifica RIB ou se alguns prestadores de serviço são paranóicos, mas já aconteceu comigo. Ou então, vai ver, eles se divertem com a desgraça alheia.

A propósito, aqui eles usam muito cheque. Não sei se é porque tem que pagar uma mensalidade pra usar o cartão de débito (uns 11€ por mês) ou se é hábito mesmo. Então, aqui vai um servicinho de utilidade pública pra variar um pouco das baboseiras: como preencher um cheque francês (é bem parecido com o cheque brasileiro, mas a formatação é um pouco diferente). A fonte da informação é o site Lost in France.


1) Payez contre cheque: Aqui é onde se escreve o valor do cheque por extenso. Pode-se escrever os centavos em letras ou números.

2) : O valor em números.

3) À: O nome da pessoa ou empresa a quem se destina o cheque.

4) Fait à (ou só À): A praça (cidade) onde o cheque foi preenchido.

5) Le: Data do cheque.

6) Signature: Assinatura. Atenção, porque às vezes não tem escrito Signature, só tem um espaço maior em branco onde se supõe que tem que assinar.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Andy

Dia desses fomos na exposição Le Grand Monde d’Andy Warhol, em cartaz no Grand Palais. A mostra reúne 250 obras feitas pelo artista ao longo dos anos, retratando diversos tipos de personalidades: artistas de cinema, mundo da arte, mundo da moda, políticos, realeza, figuras religiosas, anônimos. E alguns crânios, dollar signs e vacas.

Arte é uma coisa muito subjetiva mesmo. Eu nunca tinha ido numa exposição só do Andy Warhol, que é um dos meus artistas preferidos de todos os tempos, e eu vou confessar me emocionou. Pop Art não é exatamente uma arte feita pra emocionar, mas Warhol tem esse poder sobre mim. Amo amo amo de paixão os retratos da Marilyn. Idolatro os do Mao. Acho fantásticas as reinterpretações dele de alguns ícones, como Brigitte Bardot, Jackie, Elvis, Mona Lisa, Jesus, Coca-Cola. E quase todo o resto, acho genial.

Informações úteis:

Site: http://www.grandpalais.fr/
Endereço: 3, avenue du Général-Eisenhower 75008 Paris
Estação mais próxima: Champs-Elysées - Clemenceau (linhas 1 e 13)
Telefone: +33 (0)1 44 13 17 17

Em cartaz: De 18 de março a 13 de julho de 2009
Abertura: todos os dias, exceto às terças
Horários: das 10h a 22h / Encerramento quinta-feira às 20h
Preço de entrada: 11€, Tarifa Reduzida a 8€

domingo, 26 de abril de 2009

Noite brasileira

Uma pequena multidão que já se avistava na saída da estação Anvers indicava que era ali o Elysée Montmartre. Chegamos meio no susto e sem saber se íamos conseguir entrar, mas como a maioria ali era de brasileiros, começamos a bater papo na fila, conhecemos pessoas bacanas e ainda achamos uma menina que tinha ingressos pra vender. Oba!

Tudo bem que o show estava marcado para começar às 23h e O Rappa só subiu no palco pouco depois de 1h da manhã. Enquanto isso, o povo dançava músicas brasileiras, algumas boas, outras de gosto duvidoso. Apesar da demora pra começar, o show foi muito bom, todo mundo muito animado – e nem era de birita, já que ninguém fica bêbado com cerveja em copo pequeno de plástico a 5€. Melhores momentos, claro, quando eles tocaram as músicas mais populares: Homem Amarelo, A Todas as Comunidades do Engenho Novo, Me Deixa, Minha Alma, O Que Sobrou do Céu, Pescador de Ilusões e Hey Joe (na qual Falcão, engraçadinho, alterou o primeiro verso para "Hey Joe, onde é que você vai com esse vinho aí na mão?").

Brasil!

Eu, Marcela e Isabelle

Rafael, eu, Isabelle e Richard

sábado, 25 de abril de 2009

Eu vou desdizer aquilo tudo que eu lhe disse antes

Sabe o lance dos franceses tomarem banho? Desdigo. Agora que tá ficando mais quentinho, sinto mais cheiros desagradáveis no metrô, nas lojas, nas ruas. Claro que não se deve generalizar e dizer que são os franceses que fedem porque aqui tem gente do mundo inteiro, bla, bla, bla; logo, vamos refrasear: algumas pessoas que moram na França fedem. E essas que fedem, fedem por todo o resto. Não quero nem ver no verão.


Sabe o lance dos serviços de atendimento aos clientes serem ótimos? Desdigo. Quando o assunto envolve preencher algum formulário ou mandar algum documento, qualquer regra de relacionamento amigável é imediatamente esquecida e os franceses mostram o que eles têm de pior: a burocracia. Explico. Rafael comprou um celular pela internet que chegou direitinho aqui, junto com um envelope gordo com vários papéis a preencher e uma lista sem fim de cópias de documentos a serem enviadas junto com os papéis devidamente preenchidos. Depois de uns dois dias tentando entender tudo o que eles pediam, enviei pelo correio a papelada para o endereço informado pela Orange. Tudo certo? Nada! Duas semanas depois, eles mandam uma nova carta informando que eu não enviei nada do que eles pediram. Em anexo, todos os formulários novamente e uma gentil ameaça de cortar o celular do senhor meu marido. Acho que no próximo envelope vou mandar junto com os documentos um pouquinho de antrax.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Corpo exposto

Deu no Le Monde, no Le Figaro, n'O Globo, em tudo que é canto. A exposição "Our Body/À Corps Ouvert", será fechada e os cadáveres serão entregues à justiça francesa para que lhes seja dado o tratamento devido. Ao que parece, os corpos provavelmente são de chineses condenados à morte, e não de pessoas que consentiram o seu uso para a ciência como alegado pelos organizadores da exposição.

Esta exposição já esteve em vários países, inclusive no Brasil, sem provocar esse nível de polêmica que está tendo por aqui. Eu fui quando estava em cartaz em Madri, e achei muito impressionante a maneira como os corpos são preservados, a clareza com que mostra a anatomia de músculos, nervos, ossos e órgãos, a forma didática como é apresentada. Mas o detalhe macabro do tráfico de corpos de fato acaba com toda a beleza, por assim dizer, da coisa.


Atualização: Marina me chamou atenção lá nos comentários para o fato de que a exposição que vimos em Madri tinha o nome de "Bodies", e a que está em cartaz aqui em Paris chama-se "Our Body/À Corps Ouvert", logo são de curadorias diferentes e provavelmente com processos de "aquisição de cadáveres" diferentes.

Tentei pesquisar direitinho quem é responsável por cada uma das exposições, mas as informações são bem confusas. Isto porque cada país pelo qual elas passam faz seu próprio site, às vezes traduzem o nome da marca original e, apesar de terem uma empresa internacional que entra com o know-how e, bem, com os corpos, as exibições contam também com investidores e patrocinadores locais. Mas parece que há pelo menos três empresas especializadas diferentes: Body Worlds (responsável pela exibição homônima), Premier Exhibitions (responsável pela exposição "Bodies") e The Universe Within Touring Company (responsável pela exposição "Our Body The Universe Within", ou "Our Body/À Corps Ouvert" na versão francesa). Pelo que entendi, esta empresa aqui na França é representada pela Encore Productions.

A tempo: a exposição que o Hugo Chávez mandou fechar na Venezuela era da marca "Bodies". A que passou no Brasil também, apesar do nome ter sido modificado para "Corpo Humano: Real e Fascinante". E segundo o artigo da Wikipedia sobre a Bodies, há suspeitas de que os corpos desta exibição são provenientes... da China. Mais especificamente de chineses condenados à morte.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Labradores e jaquetas

Passeando com a Maíra na Boulevard Montmartre, vimos vários ônibus estacionados num local não tão turisticamente convidativo quanto o usual, isto é: com museus e/ou jardins. Eram adolescentes indo ao Hard Rock Café Paris. Coisa da década de 90, quando a moda era ter o casaco jeans da marca ou pelo menos um moletonzinho. Na escala de poder de fogo tinha ainda o casaco jeans com as mangas em couro (classe média-plus) e o inteiro em couro (classe média-plus-gold).

Pois bem, o que me chamou a atenção não foi a garotada ou o Hard Rock Café e sim o nome do ônibus: Rona Bus. Rona é o nome da minha labradora, agora sendo criada e desregulada socialmente por seus avós e tios no Brasil. São 50 quilos de “coisa preta”, como diria meu pai, abanando o rabo e parecendo muitíssimo feliz o tempo todo. Adoro quando vejo um por aqui, principalmente sem coleira. Cachorro andando sem coleira na rua é pra mim o equivalente a ver um garoto de 5 anos descascando Beethoven no piano. Senão melhor!

O porquê do nome Rona? Ora bolas, porque ela é uma cachorRONA!

O Rona Bus

A Rona

Rona e Branca

sábado, 18 de abril de 2009

Allez, rugby, allez

Segundo a lenda, o Rugby foi nascido nas mesmas raízes do futebol. Dizem que um cara jogando futebol na Inglaterra em 1823 cansou de usar as pernas, pegou a bola na mão como se não houvesse amanhã e saiu no pinote. Mais uma sacada dos Bretões que ao mesmo tempo criam esportes e não sabem como se ganha neles.

Como a Maíra já jogou esse negócio, coisa esta que sempre causava furor com meus colegas Europeus, tipo: "o que, não era você, era a sua mulher que jogava, uma fêmea?!?!" resolvi fazer uma surpresa e levá-la a um jogo ao vivo. Os times eram Stade Français, da casa, e Montpellier. Primeira informação relevante: o Stade Français tem uniforme rosa cheio de florzinhas... huumm, fofo.

Outras coisas que fizeram deste jogo ao vivo muito bom foi o contraste entre a brutalidade das jogadas e a extrema educação do público. Sério, os caras batiam palmas até quando o time visitante fazia ponto! Nesse meio tempo vi um cara dar um pescoção no adversário que me doeu só de ver. Quando rolava uma falta e o time decidia chutar direto pro gol, ninguém abria o bico no estádio inteiro, independente do time. Ne-nhu-ma vaia, silêncio sepulcral. A absurda educação era tanta que tinha um cara torcendo pelo Montpellier no meio da galera do Stade Français na boa, gritando e tudo. Ninguém incomodava, nem um copinho de mijo na cabeça teve. Que coisa estranha.

Nessa partida lembrei de uma história contada por um colega americano. Ele me disse que assistindo futebol americano, sempre que alguém se contundia, o público esperava ansioso se ele iria levantar. Provando-se que tudo estava bem, todos aplaudiam, ficando contentes pelo bem estar do jogador. Esse mesmo cara me disse que foi ao Maracanã ver uma partida de futebol. Chocado, ele me contou: "as pessoas pareciam querer que o jogador morresse, elas vibravam quando ele tomava uma porrada e vaiavam quando se levantava". Diferenças.

Visão geral do jogo. Os caras de rosinha são do time da casa, o Stade Français. Allez, Paris, allez!

Não, ninguém deixou dinheiro cair no chão. Esse é o scrum

Sofrendo com o frio, mas recebendo o calor da torcida. Detalhe: um dos papagaios de pirata se parece com nosso amigo Alexandre

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Beleza real

A Elle que saiu sábado passado tem dado o que falar por aqui. Oito celebridades - Sophie Marceau, Monica Bellucci, Karin Viard, Charlotte Rampling, Chiara Mastroianni, Ines de la Fressange, Anne Parillaud e Eva Herzigova - aparecem num ensaio fotográfico sem maquiagem nem Photoshop, mostrando que elas são, sim, mulheres reais. Claro que é um marketing fabuloso que se converte em vendas acima da média, mas não deixa de ser uma idéia bacana.

São três capas diferentes:




terça-feira, 14 de abril de 2009

Niterói internacional

Revista de arquitetura numa banca de Paris

domingo, 12 de abril de 2009

Parc Astérix

É necessário confessar que a ida ao Parc Astérix ocorreu um dia depois da degustação da cerveja Deus. É necessário ainda acrescentar que a Deus não foi a única bebida que provamos naquela fatídica véspera, pois ainda tínhamos um bom estoque de cervejas belgas no armário. Então foi num clima de pouco sono e alguma ressaca que acordamos no sábado para ir para o parque de diversões do Astérix.

O parque é dividido em cinco "mundos": La Gaule, L'Empire Romain, La Grèce, Les Vikings e A travers le Temps. As melhores atrações do parque são, sem dúvida, as montanhas russas. Só que, mesmo tendo me divertido um bocado, fiquei com dores de cabeça fortes depois de cada uma delas.

Começamos pela Tonnerre de Zeus, que é uma montanha russa de madeira no mundo da Grécia, e cujo nome traduzido é Trovão de Zeus. As montanhas russas de madeira são conhecidas por não terem looping, por serem bem velozes e... por balançarem bastante! Aparentemente, estes são os baratos da Tonnerre de Zeus: os estalos, as quedas velozes, as viradas bruscas. Quando vi a foto que tiraram numa das quedas mais toscas do brinquedo, me assustei com a cara de pânico que eu fiz. Achei esse brinquedo muito turbulento e, mesmo se não tivesse fila, não iria de novo.

Tonnerre de Zeus

Pânico

De lá fomos para alguns brinquedos mais leves, porque eu, Rafael e Luiz estávamos totalmente desconcertados. Só a Dani, que não tinha bebido na véspera, queria repetir a dose, mas teve que ter pena dos moribundos e desistir da idéia.

Fomos no Défi de César, uma atração do Império Romano que começa com uma sessão de fotos da gente, que são em seguida inseridas num desenho animado que nos mostra como se fôssemos da legião romana. É engraçado. Passeamos pela Gália, onde fica a fofa vila do Astérix, e pouco depois resolvemos encarar a próxima montanha russa: La Trace du Hourra. Essa é uma delícia! Não sei explicar como funciona isso, mas ela não tem trilhos, e mesmo assim o carrinho vai deslizando bem rápido. Sensacional. De lá, corremos para o mundo dos Vikings para andar na Goudurix, a terceira e última montanha russa. Essa tem sete loopings, um atrás do outro, e também é bem legal.

Goudurix

A única coisa que achei chata no parque foi a desorganização das filas. Espera-se muito tempo para andar em cada brinquedo, e quando a gente chega lá na porta de cada um, a fila se divide em várias pequenas filas, uma para cada carrinho. Na primeira vez a gente não sabia o que fazer e várias pessoas saíram correndo na nossa frente. Também aconteceu de cairmos na fila do carrinho que tinha banco quebrado, e aí demorou mais para entrarmos porque ia menos gente. Mas, enfim, fora a dor de cabeça e as filas, foi um dia bem divertido.

sábado, 4 de abril de 2009

Caminho espiritual

É com imensa satisfação que informo a vocês que, após longa peregrinação, encontrei Deus. A jornada começou quando tomei conhecimento de Sua existência em Friburgo, mas na ocasião eu não tinha a sobriedade nem os recursos necessários para absorver Sua essência. Busquei Deus em muitos lugares após esta ocasião, mas quis o destino que eu só O encontrasse em Bruges, na companhia de Rafael, Luiz e Dani, que também estavam presentes no nosso primeiro contato em Friburgo. Nada é por acaso.


Experimentar a cerveja Deus é uma experiência rara e cara. No Brasil, uma garrafa custa quase R$ 300 no único bar em que já a encontrei, o Braun & Braun de Friburgo. Na Bélgica, nos custou 19€ numa loja especializada. Não é barato em relação a outras cervejas, mas se comparado com o preço de alguns vinhos e champanhes, é até razoável. O seu processo de fabricação é semelhante ao do champanhe, o que dá a ela um sabor um pouco adocicado e uma efervescência muito parecida com a do espumante. O gosto da Deus é bem suave, apesar de seu teor alcoólico ser de respeitáveis 11,5%, mais alto do que a maioria das cervejas que conheço. E só o fato de beber uma cerveja tão exclusiva já dá todo um gostinho a mais à degustação. Experiência divina, de fato.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Champagne-Ardenne

Finalmente passamos por uma região vinícola na viagem! A região de Champagne é a única que produz o verdadeiro champanhe, pois somente os espumantes desta região podem ser chamados assim conforme as regras da denominação de origem controlada. Além disso, a estrada da Route du Champagne é cheia de plantações de uva, o que dá uma graça extra ao passeio.

Reims

Adivinha qual é o nome da catedral da cidade de Reims? Ganha uma taça de champanhe quem respondeu Notre-Dame. E qual é o estilo desta catedral? Gótico, claro, pra variar. Apesar de ser a quadragésima nona Notre-Dame gótica que vimos, tivemos que entrar pra ver onde os reis da França eram coroados. Mais uma vez fiquei impressionada com a megalomania que o povo dessa época tinha ao construir esses templos imensos e extravagantes. Mas que é bonito de se ver, isso é.

Mas chega de igrejas. Em Reims, a atração principal é o champanhe. Fomos na visita à Maison Pommery e foi sensacional, pois além das explicações sobre o processo de produção do champanhe e da cave em si, tinha uma exposição de arte moderna muito bacana, que a guia explicava à medida que íamos visitando as galerias subterrâneas. Arte moderna é uma coisa meio controversa e algumas coisas eu acho picaretagem. Mas as obras que estavam expostas lá eram bem interessantes, como, por exemplo, o tanque de guerra inflável que simboliza os períodos de guerra (quando inflado) e paz (quando murcho), ou a instalação em que passarinhos pousam em guitarras para tocar música. Estranho, mas legal. E no final da visita, a melhor parte: a degustação. Duas taças de champanhe Pommery. Foi um dia feliz.

Reims também tem outras caves que organizam visitas. Tentamos ir na Veuve Clicquot, mas ao ligar para reservar horário, a ligação caía numa secretária eletrônica e tinha que deixar o número pra eles retornarem; achei esnobismo desnecessário e sabotei. Parece que a visita da Mumm é interessante, mas não tinha horário que coincidisse com a nossa programação. E também tem a Taittinger, que fica bem próxima da Pommery. Como Reims fica a 45 minutos de distância de Paris via TGV, ainda dá pra voltar lá. Oba!

Interior da Catedral de Reims

Maison Pommery: Passarinhos tocando guitarra

Maison Pommery: tanque inflável

Champanhe a perder de vista

Épernay

Mais uma visita a cave, desta vez a da Moët & Chandon. A Maison foi fundada em 1743 e pouco tempo depois disso já era a fornecedora oficial da corte francesa graças aos contatos de Monsieur Moët. Napoleão em sua época também era figurinha fácil nos salões da Maison, o que endossa o caráter “imperial” da marca, como eles fazem questão de lembrar aos visitantes. A visita não é tão cheia de firulas como a da Pommery, mas é legal também. E a degustação, é claro, foi ótima. Mas sinceramente prefiro o champanhe Pommery.

De Épernay viemos direto para Paris. Uma semana na estrada é uma delícia, mas voltar pra casa também foi gostoso, principalmente porque trouxemos no banco de trás do carro, tilintando, várias garrafas de cerveja belga e champanhe. Melhor souvenir, impossível.

Degustação na Moët & Chandon

Eu e Dom Perignon

Lorraine

Essa é uma região ainda a ser explorada... paramos somente em uma cidade no nosso caminho onde, é claro, comi um quiche lorraine verdadeiro :-)

Verdun

Nesta região aconteceu nos anos de 1916 e 1917 a Batalha de Verdun, na qual morreram quase 1 milhão de soldados. A Primeira Guerra é um tema ainda muito atual também nesta cidade, cujas atrações principais são a Citadelle Souterraine e o Ossuaire de Douaumont. A Citadelle Souterraine é um passeio peculiar, que usa tecnologia estilo parques da Disney para contar um pouco da batalha de Verdun, e no final explica como foi escolhido o “soldado desconhecido” que hoje tem seu túmulo simbólico sob o Arco do Triunfo, aqui em Paris. O Ossuaire de Douaumont guarda os restos mortais de mais de 300 mil soldados mortos na região.

Ossuaire de Douaumont

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Luxemburgo

Luxemburgo, cuja capital chama-se Luxemburgo, é um mini-país que eu sempre quis conhecer, mais por ser um mini-país do que por qualquer outra coisa. Bônus: lá vimos uma estrada toda branquinha de neve.

Cidade de Luxemburgo

A cidade velha, pra variar, é a parte mais bonita da cidade, com suas pontes altas e prédios que parecem saídos de conto de fadas. Lá se fala francês, mas a surpresa foi descobrir que em Luxemburgo também se fala bastante a nossa língua, pois há uma colônia portuguesa no país. Achamos até uma rádio em português! Além disso, a moça que trabalhava no restaurante do nosso hotel era brasileira, e o recepcionista, embora de origem árabe, também falava português. Curioso.

Cidade velha

Bélgica

E chegamos na Bélgica, depois de nos perdermos algumas vezes antes de chegarmos na primeira cidade por causa da minha muquiranice de desligar o GPS do iPhone pra não pagar roaming internacional.

Bruges

Parece uma cidade de bonecas. Linda, linda, linda. O centro histórico é todo medieval e os prédios parecem feitos de lego, nem parecem de verdade. Os canais têm pontes fofas, e nestes canais nadam patinhos. Lá também encontramos Luiz e Dani, e aproveitamos com eles o que a Bélgica tem de melhor: cerveja e chocolate. Fomos no Cambrinus, um bar/restaurante que tem uma extensa carta de cervejas (até a Dani experimentou uma!) e também no Museu do Chocolate.

Claro que também fomos fazer o tradicional turismo de supermercado e compramos mais uma considerável quantidade de cervejas locais a preços mais camaradas que os dos bares. Como não temos vergonha na cara, pedimos à recepcionista que as guardasse na geladeira do bar do hotel, e por sorte ela topou. O plano era bebermos no bar mesmo, mas quando voltamos da rua, dois caras já estavam bebendo lá e resolvemos fazer a degustação no quarto, o que resultou no incidente do banho de cerveja do laptop e no conseqüente retorno ao plano original de beber lá embaixo no bar.

Acabamos fazendo amizade com os dois caras. Um deles era o dono do hotel e o outro era um amigo dele que falava português muito bem, e que já tinha estado no Brasil e tal. Eles explicaram pra gente de forma resumida e simplificada a história da Bélgica, que foi criada como um território neutro entre as fronteiras da França, Alemanha e Holanda pra que essa galera desse um tempo nas brigas territoriais. O resultado é que juntaram um povo que, segundo eles, não era pra ficar junto, o que dá a eles a sensação de que são um país, mas não uma nação. Em locais onde se fala prioritariamente o holandês, algumas pessoas se recusam a falar o francês, e vice-versa. Mais uma vez, vivendo e aprendendo.

Pelas ruas de Bruges

Markt Place e o Belfort no fundo

Nossa degustação de cervejas no bar do hotel

Bobagens no Museu do Chocolate

Bruxelas

Tenho que confessar que Bruxelas é muito menos do que eu esperava. A cidade é um pouco feia, com um quê de decadente. O que salva é a Grand Place, com seus lindos prédios antigos, e o imenso Atomium. Também foi legal a visita que fizemos à fábrica da Cantillon, que produz cervejas do tipo lambic, gueuze e kriek de forma artesanal. Ressalva: Rafael e Luiz gostaram, mas as cervejas deles são bem esquisitas pro meu gosto.

Degustação na Cantillon

Ah, Godiva...

Atomium

Waterloo

A cidadezinha perdida no meio da Bélgica ficou famosa pela batalha de mesmo nome na qual Napoleão foi derrotado, e ainda hoje vive da fama. Visitamos o Musée Wellington, que tem objetos relacionados à batalha (incluindo uma bizarra perna mecânica de um dos comandantes que lutou nela) e diagramas explicando como os franceses foram derrotados em apenas nove horas.

Maquete da batalha de Waterloo

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Nord-Pas de Calais

A região Nord-Pas de Calais fica ainda mais ao norte, acima da Picardia.

Saulty

Na verdade nem conhecemos a cidade. A atração que nos fez parar em Saulty foi um dos muitos cemitérios britânicos situados na região. Este que vimos, o Warlincourt Halte British Cemetery, foi construído para enterrar quase 1.300 soldados que lutaram na Primeira Guerra no período de 1916 a 1918.

Cemitério britânico

Arras

Aconteceu na área dessa cidade uma grande batalha da Primeira Guerra. As duas praças da cidade, que são o atrativo turístico dali, foram reconstruídas no pós-guerra com estilo flamengo. Bonitinhas, mas não é uma cidade muito interessante de se visitar.

Casas em estilo flamengo numa das praças de Arras

Vimy

Este é um passeio bem bacana nos arredores de Arras, no Vallée de la Somme. Ali, o governo canadense preservou um campo de batalha da Primeira Guerra, com trincheiras, buracos de bomba... daí a pergunta: por que o governo canadense fez isso? Bem, parece que não só o Canadá participou da Primeira Guerra (fato que eu desconhecia completamente) como 66.000 canadenses morreram na França e na Bélgica. Vivendo e aprendendo. Também achei surpreendente como ficavam próximas as trincheiras de lados opostos: em alguns lugares, apenas 25 metros separavam as trincheiras canadenses das alemães.

Eu me escondendo numa trincheira

Le Touquet-Paris-Plage

Cidadezinha a beira-mar muito fofa com ruas cheias de gente e comércio aberto em pleno domingo, o que é muito raro aqui na França. A praia é aquela coisa de praia européia, sem graça toda vida. Mas a areia era branca.

Boulogne-sur-Mer

Bola fora do guia Michelin. Nada de interessante nessa cidade portuária, apesar de não termos ido no tal Nausicaä, o centro de exibição sobre o mar que é a grande atração da cidade. Tem uma cidade fortificada bacana com uma igreja bonitinha, mas é só isso.

Cidade fortificada

Wimereux

Sei lá de Wimereux. Tem uma igreja e uma ponte, e é praticamente uma rua. Uma rua lindinha, com casas lindinhas, mas uma rua. Mas foi onde paramos para dormir e onde tomamos no dia seguinte um café da manhã gostoso. Cidade de passagem, nada de especial.

Côte d’Opale

Na verdade não sei bem os nomes das cidades onde ficam estes cabos, mas eles ficam na Côte d'Opale, que é o litoral Norte da França. O Cap-Gris Nez é o ponto geográfico da França mais próximo da costa da Inglaterra. A distância é de mais ou menos 30 km de uma costa a outra nesta parte do Canal da Mancha. Dizem que é possível ver a cidade inglesa Dover do outro lado, mas no dia que fomos a visibilidade não estava boa. E ventava, ventava muito. O Cap-Blanc Nez também é um cabo próximo à cidade de Calais que, assim como o Cap-Gris Nez, tem um farol e rochedos altos. Devem ser mais bonitos em dias claros, mas mesmo assim foi legal.

Calais

Cidade portuária sem muitos atrativos. Nem paramos.

Lille

Lille é uma cidade maior, mais movimentada. O centro histórico é bonito e bem conservado, e aqui já começam a aparecer sinais mais fortes de influência flamenga na arquitetura dos prédios. Também tem uma parte mais nova, perto da estação de trens, que é bem moderna.

Chegando no centro histórico de Lille