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quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Outono em La Défense

É o prenúncio do inverno. Mas é bonito demais.




segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A Paris da Tânia

Lembra um amigo oculto que eu comentei quando escrevi sobre o piquenique dos blogs mês passado? Pois é, está rolando, e agora chegou a nossa vez.

Mas vamos voltar ao começo dessa história.

A Amanda, do Petit Journal de la Porte Dorée, tirou a Luci, do Caso me Esqueçam, que tirou a Aline Mariane do São Paulo-Paris-Dakar, que tirou a Ana do ana só, que tirou a Mariana do E não é que às vezes dá tudo certo?, que tirou a Tânia do Água tem na carne, maionese é óleo, que tirou a gente, que tirou o Rodrigo do bressane blog, que tirou a Bel, do C'est pas vrai, que tirou a Amanda.

Atualização (09/12/09): Os links acima já levam direto ao post específico escrito pelo amigo oculto de cada um, exceto o da Bel, já que a corrente quebrou no penúltimo post.

Então, sem mais delongas, eis Paris segundo a Tânia.

***

Quando vim morar em Paris já conhecia a cidade. Já sabia o quanto ela era bonita, já conhecia a imensidão e praticidade do seu metrô e já tinha ouvido muita gente dizer que era muito bom morar aqui. Mas nada disso me deixou menos surpresa com esta cidade maravilhosa.

Antes de vir para cá nunca tinha morado fora do Rio. Eu tinha o desejo de viver um tempo fora porque achava que seria uma experiência de vida importante. Achava interessante descobrir como é a vida numa cultura diferente e aprender a me virar num lugar distante. Além disso, eu sabia que trabalhar num laboratório de « Primeiro Mundo » era essencial para minha carreira profissional (trabalho em laboratório de pesquisa na área de biologia). Mas a verdade é que eu nunca tinha realmente imaginado minha vida fora do Rio. Sei lá, eu estava tão acostumada com a cidade que não conseguia me ver morando em nenhum outro lugar. Também não conseguia ver minha vida sem ter meus amigos por perto. Sem nossos almoços juntos no fim de semana, encontros na piscina do prédio ou sem nossas sessões de jogatina (não, não temos um cassino ilegal. Jogamos jogos de tabuleiro. Inclusive, quem se interessar é só falar que combinamos uma jogatina. Os amigos ficaram no Rio mas a casa aqui está cheia de jogos. Não é Jogo da Vida, Banco Imobiliário nem War; mas jogos bem diferentes de estilos e temáticas variados).

Enfim, o fato é que eu pedi a bolsa, ganhei e aí não tinha mais jeito: tive que tomar coragem e vir. No início deu um desespero . Era difícil compreender como cada coisa funcionava. Eu sabia que os franceses eram « carrés », mas nunca imaginei o tamanho da burocracia francesa. Uma das coisas que aprendi aqui é de nunca jogar nenhum papel fora pois alguém sempre vai te pedi-lo depois. Mas as coisas foram se acertando e eu fui me apaixonando cada vez mais pela cidade e pela vida aqui. Tem coisa mais gostosa que voltar de bicicleta à noite para casa? Dá uma sensação de liberdade inexplicável. E a quantidade de eventos como Nuit Blanche, Journée du Patrimoine, Fête de la Musique, etc?

Hoje tenho dificuldade de me imaginar saindo daqui. Sei que ano que vem volto pro Rio, mas não sei mais por quanto tempo ficarei por lá. Talvez volte pra Paris, talvez vá pra outra cidade, em outra parte do mundo, talvez fique no Rio mesmo. O fato é que Paris me mostrou o quanto é bom descobrir o mundo. Obrigada, Paris.

PS. Nossa, foi mal pelo final cafona.


***

Já estou terminando o post a ser publicado no blog do Rodrigo. Passem lá! E não deixem de visitar também os outros blogs que participaram da brincadeira. Tá todo mundo aí do lado na nossa listinha de blogs amigos.

E que venham outros eventos!

domingo, 25 de outubro de 2009

Honestidade

Na Alemanha, os políticos já se assumem no nome do partido.

Acho digno.


sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Conto de fadas

Era uma vez um excêntrico rei chamado Ludwig II. Filho de Maximilian II, ele passou boa parte de sua vida frequentando Hohenschwangau, um castelo neogótico do século XIX que seu pai mandou reconstruir sobre as fundações de um castelo fortificado da Idade Média. Ludwig curtia Hohenschwangau, mas quando virou rei, achou que deveria ter um castelo pra chamar de seu.

Hohenschwangau

Ludwig tinha visitado a Turíngia em 1867 e tinha gostado muito de um castelo chamado Wartburg. Assim, pediu ao arquiteto Christian Jank que fizesse um projeto baseado naquela construção, mas que fosse ainda mais imponente. Começava assim a ser erguido o então Neue Hohenschwangau na montanha ali do ladinho do castelo de seu pai. O ansioso rei comprou uma luneta e ficava em Hohenschwangau acompanhando a construção da casa própria.

Neuschwanstein

Pátio interno

Marienbrücke, a ponte de onde se tem...

... essa vista

O soberano não se ligava muito em política; preferia a arte, a música e a natureza. Também tinha grande respeito e admiração pela Idade Média, e quis que sua nova casa tivesse referências a todos os seus interesses. Assim, o castelo foi sendo construído e decorado de forma bastante espalhafatosa, com pinturas idealizando a época medieval, quadros renascentistas, esculturas de cisnes, um lustre dourado enorme em forma de coroa e até uma surreal gruta artificial.

Mas o destino reservava para o rei uma reviravolta. Por causa da construção de sua extravagante morada, o Estado foi praticamente à falência. Decidiu-se então que o rei estava louco e o depuseram. Após seu isolamento no Castelo de Berger, Ludwig teve pouco tempo de vida: ele e seu médico foram encontrados afogados num lago. Ainda se especula sobre as condições misteriosas de sua morte.

O castelo do rei foi então renomeado Neuschwanstein, e algum tempo depois serviu de inspiração para que um senhor chamado Walt Disney construísse no distante reino da América um castelo para a Bela Adormecida, que por sua vez serviu de modelo para o da Cinderela.

E todos viveram felizes para sempre.

Fim.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Munique, capital da Oktoberfest

Primeiro dia em Munique. Estávamos nós na Marienplatz bebendo uma cerveja e comendo uma salsicha com chucrute quando, de repente, vejo um cara segurando uma placa de Free Tour, o mesmo tour que eu fiz em Berlim. Terminamos a refeição e nos juntamos ao grupo.

O lance desses tours gratuitos é que eles não são exatamente gratuitos: os guias pedem que você deixe uma gorjeta se gostar do passeio, no valor que quiser. E no final você deixa, porque vale a pena.

Então. Saímos da Marienplatz e fomos em direção à Frauenkirche, uma igreja gótica – oh, que surpresa! – do século XV que foi bastante bombardeada durante a Segunda Guerra. Conta a lenda que o Diabo em pessoa visitou essa igreja quando ela estava sendo construída e fez um acordo com o responsável pela obra: se ele não colocasse nenhuma janela no prédio, Sua Malvadeza garantia que a obra terminaria em no máximo vinte anos. Só que o construtor era malandro e mandou fazer as janelas mesmo assim, e, para enganar o Diabo, colocou colunas que estrategicamente as escondiam do ponto de vista de quem entra na igreja. Quando o Diabo voltou para ver se o acordo havia sido cumprido, acabou descobrindo a malandragem do construtor e ficou tão bravo que bateu o pé no hall de entrada da igreja e ali deixou uma marca para sempre.

Frauenkirche

Teufelstritt, a pegada do Diabo

Passamos por várias outras igrejas, mas entrar durante o tour, só entramos mesmo na Frauenkirche. Nas outras, como a Michaelskirche e a Peterskirche – que tem uma torre de onde se vê toda a cidade –, entramos nos dias seguintes.

Michaelskirche

Peterskirche

Vista da torre da Peterskirche

Marienplatz de cima

Outro lugar bem interessante por onde o tour passa mas não entra é o complexo da Residenz, onde moravam os reis da Baviera. Tem um bilhete conjunto com o qual se pode visitar o palácio, o lindo Cuvilliés-Theater e o Tesouro, onde há, entre jóias e coroas, uma bizarra coleção de relíquias com pedaços dos corpos de vários santos (sim, é isso mesmo, pedaços dos santos... tem mão, crânio, fragmentos de ossos, uma beleza).

Quarto do palácio

Cuvilliés-Theater

O guia também mostrou vários memoriais homenageando judeus e várias pessoas que lutaram contra o nazismo, além de diversos marcos relacionados a essa época tão absurda da história. Munique tem essa era gravada em cada rua, em cada prédio, em cada canto; era chamada a capital do movimento nazista.

Mas vamos falar de coisas mais alegres. Hoje, Munique é a capital da Oktoberfest, e nós estávamos lá na hora certa. Então, acabamos de ver a cidade e começamos outro tour ainda mais divertido: o dos bares, chamado Beer Challenge. Foram dois bares e um jardim de cerveja, e pra fechar com chave de outro, a Oktoberfest.

Jardim de cerveja da Augustinerbräu, "provavelmente a melhor cerveja do mundo" segundo o nosso guia

A cerveja que o Papa bebe vem num barril

Tenda da Hacker-Festzelt

Pessoal que fez o tour com a gente

A câmera também estava bêbada

Como já chegamos lá meio tortos no primeiro dia, resolvemos voltar no dia seguinte sóbrios pra entender melhor o que é a festa. Claro que o estado de sobriedade não durou muito tempo, mas tudo bem, deu pra pegar o espírito da coisa.

A Oktoberfest é um grande complexo de tendas de diversos fabricantes de cerveja. Também tem barraquinhas de comida e brinquedos de parque de diversões. Muitas pessoas se vestem com trajes típicos alemães; trajes estes que, segundo uma local com quem conversei, podem chegar facilmente a custar 600 ou 700 euros!

As canecas são todas de 1 litro, e, segundo a tradição, não é pra dividir com ninguém. Provavelmente por esse motivo, todo mundo fica muito sociável e em cinco minutos de conversa já vira seu amigo de infância, ou seja, na Oktoberfest o estereótipo de alemão sisudo não se aplica. E como as mesas são grandes e coletivas, a gente acaba conversando, brindando, cantando e dançando em cima do banco com bastante gente.

Eles avisaram: "A mesa vai voar!"

Eu e a local

Hein?

Elas são fortes


"Quer ver eu dar um soco na cara do meu amigo?"

Aliás, uma coisa que eu não sabia bem era essa história de ter ou não que reservar uma mesa. Fomos num espírito de "vamos ver no que dá", porque antes da viagem nos disseram que, pra ir na Oktoberfest e beber sentado, só reservando meses antes. Isso é parcialmente verdade. Algumas tendas realmente não te deixam entrar se você não tiver uma reserva, mas várias não têm essa restrição. É claro que não vai ter nenhum lugar vago e muita gente vai estar bebendo em pé, mas é só prestar atenção que você logo vê alguém levantando e aí é só sentar. Lá é assim: levantou, perdeu o lugar.

Independente da tenda em que se vá, a cerveja é ótima. Isso se deve à Reinheitsgebot, a Lei da Pureza de 1516 que determina que toda cerveja produzida na Bavária tenha em sua composição somente três ingredientes: água, cevada e lúpulo. Mais tarde foi acrescentado o fermento na equação, mas mesmo depois que a lei caiu, os fabricantes bávaros continuaram seguindo a fórmula. O resultado disso é que a cerveja de lá não dá ressaca. É sério. Palavra de quem bebeu quatro litros em um dia e no dia seguinte acordou só com sede.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Explicando o inexplicável

Tenho uma profissão que, por assim dizer, não domina as conversas na hora do almoço. Os holofotes normalmente caem sobre médicos ou advogados, cujos percalços são extensamente glorificados e/ou demonizados em tudo que é tipo de mídia e bate papo. Você não vai ver um seriado rivalizando com ER ou Law & Order sobre o dia-a-dia de um engenheiro batendo de frente com várias gangues barra pesada. Muito antes disso, discute-se a vida de presidiários, policiais, psicopatas ou teenagers acéfalas.

Mas como eu trabalho embarcado na África, coisa esta que por si só desperta a atenção, as pessoas passam do inicial desinteresse pela engenharia e perguntam: mas o que você faz lá mesmo? Olhares brilhando de curiosidade, plateia presa no gancho esperando a explicação. Eles querem coisa no nível Indiana Jones, que transforma uma profissão chata toda vida numa panaceia tresloucada.

Pronto. Começo a jogar toda a minha didática, sorrisos e carisma no que sei ser um assunto delicado. Conheço o terreno frágil da atenção humana avessa a abstrações geométricas e grandezas matemáticas. Passados quinze segundos em que menciono coisas como flanges, tubulações e soldas, normalmente o que se segue é: “Ah... legal... interessante... entendi. Então tá então”. Ninguém entendeu e ficou por isso mesmo.

Mas sou brasileiro e não desisto nunca, então tentarei através do blog explicar o inexplicável: o que diabos eu faço na África!

Participo de operações em alto mar que instalam os lindos e maravilhosos dutos que levam petróleo das plataformas para terra firme. Esses dutos (tá, pode falar cano se quiser), ficam lá no fundo do mar junto com os peixinhos, e levam um montão, mas um montão mesmo, de petróleo e gás. Mas vem cá, como o tubo faz pra parar lá embaixo? A gente não o joga na água e vê no que dá; nada disso. Com muito cuidado a gente vai soldando tubo atrás de tubo e vai lançando direitinho na água até chegar lá embaixo. Quer ver como é? Saca só:

Um dia desses, devido ao ócio e ao espírito de porco inerentes à raça humana, você subiu no alto de um prédio com um monte de tubos de PVC. Sua ideia era a seguinte: ir conectando um tubo de PVC no outro até que ele chegasse na rua lá embaixo.


O que você pretendia alcançar com isso? Vá saber, a ideia foi sua, não minha. Tem dois jeitos de fazer isso:
  1. Segurando o cano na vertical com as mãos esticadas pra fora do parapeito. Assim, você vai acrescentando mais secções ate que ele chega na rua;
  2. Segurando o cano na horizontal com as duas mãos antes do parapeito. Você faz a mesma coisa, sendo que o cano fica apoiado no parapeito e faz uma baita curva ate ficar na vertical e ir lá pra baixo.
Até aí tudo bem? Bom, o negócio é que seu cano é frágil (huum, olha o duplo sentido pintando), então na segunda opção você tem que dar um jeito de suavizar a descida pro cano não partir no meio. O que você faz? Prende uma rampinha no parapeito, poxa vida (a gente chama de stinger)! Assim não fica aquela quina machucando o coitado.

Agora tem uma mágica acontecendo no prédio e assim, do nada, ele começou a andar! Uau, antes de ter a ideia de lançar os canos parece que rolaram uns “coquetéis” brabos na ideia.

Imagina então que o cano tá lá embaixo e o prédio andando. Tem que manter o ritmo hein! Pra cada cano que você acrescenta o prédio anda um pouquinho. A trilha de canos vai aumentando na rua até que você finalmente enche o saco. Podia estar pegando alguém, jogando PS3, lendo uma revista, enfim... são pensamentos que lhe ocorrem. Aí chega a outra sacada: quero largar essa bodega, mas se eu simplesmente soltar a mão, a droga do cano vai quebrar todo... Inferno! Fazer o que? Tem que prender uma corda na ponta e ir soltando até o cano pousar na rua. Mas não esquece que o prédio tem que andar enquanto você solta, senão fica a maior macarronada na calçada e dá merda com a chefia. Pronto, você acabou de fazer o que chamamos de abandono da tubulação. Se você quiser pegar o cano de novo pra continuar brincando no dia seguinte, é só fazer o contrário.

Olha, em linhas gerais, é assim que o navio funciona, só que ao invés de canos de PVC a gente usa tubos de aço bem maiores e mais pesados. Ao invés de segurar os dutos na raça, a gente usa os chamados tensionadores, e pra encaixar um duto no outro a gente solda o bagulho. Lembra das duas opções pra lançar o cano na rua? Na primeira, o lançamento é chamado de J-lay (lançamento em J), por causa do formato do duto quando ele toca no chão. Hein, hein? Se liga que o duto estava na vertical e depois fez uma curva quando bateu no chão. Esse é o J. A segunda opção é chamada S-Lay (lançamento em S) pelo mesmo motivo. Não tá vendo o cano saindo da rampa e chegando lá na rua fazendo duas curvas que lembram um S? Poxa, não é tão difícil assim, deixa a preguiça de lado um instante e abstrai aí.

Bom, acho que era isso. Então tá então.

domingo, 18 de outubro de 2009

C'est Anglais mais c'est bon!

Para uma marca de biscoitos ingleses entrar na França, só assim. Genial!


In England we have lousy weather but the girls are always half-naked.
We live on an island but you get there by train.
We have a queen but her husband's only a prince.
We built the European Community but in the end we kept the pound.
We have dominated the world but also we like to be dominated.
We invented football but our national team is run by an Italian.
We have the most ridiculous police uniforms but somehow it seems to work.
We love a well-tailored suit but we also love a well-tailored dress.
We don’t know how to cook but we make good biscuits.
McVitie’s Original. They’re English but they’re good.

***

Na Inglaterra nós temos um tempo horrível mas as garotas estão sempre semi-nuas.
Nós moramos numa ilha mas você chega lá de trem.
Nós temos uma rainha mas seu marido é apenas um príncipe.
Nós criamos a Comunidade Européia mas no fim mantivemos a libra esterlina.
Nós dominamos o mundo mas também gostamos de ser dominados.
Nós inventamos o futebol mas o técnico da nossa seleção é um italiano.
Nós temos os uniformes de polícia mais ridículos mas, de alguma forma, parece funcionar.
Nós amamos um terno bem feito mas nós também amamos um vestido bem feito.
Nós não sabemos cozinhar mas fazemos bons biscoitos.
McVitie’s Original. São ingleses mas são bons.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Mais carros em Stuttgart

E já que o tema da viagem é carro, acabamos parando em Stuttgart. Explico. Stuttgart é a cidade onde fica a Mercedes-Benz e a Porsche, e ainda seus respectivos museus.

Também é a capital da região de Baden-Württemberg e um importante centro cultural da Alemanha. E, fora os supracitados museus das montadoras, dá pra conhecer tudo em um dia, pois o que tem pra ver está concentrado em uma área bem pequena.

Começamos pela Schlossplatz (schloss significa castelo, e é uma das poucas palavras em alemão que eu consegui decorar), que nada mais é que uma praça grande com um castelo, o Neues Schloss. Lá também tem o Jubiläumssäule, uma coluna do século XIX erguida para comemorar os 25 anos do reinado de Guilherme Iº.

Neues Schloss e Jubiläumssäule

Logo depois tem o Altes Schloss, que abriga o Würtemberbergisches Landesmuseum...

Pátio interno do Altes Schloss

... e o Staatstheater com sua fachada neoclássica.

Staatstheater

Os museus de automóveis são mais afastados do centro, mas é rapidinho chegar em ambos de metrô.

O Porsche Museum tem um prédio todo modernoso e um grande acervo de automóveis antigos e novos. Parece que é possível visitar a linha de montagem, mas como fomos no fim de semana, a fábrica estava fechada.





O Mercedes-Benz Museum é bem didático, e separa a sua coleção por períodos. Antes de entrar em cada andar, passamos por um corredor onde se situa o momento histórico em que aqueles carros foram produzidos. Ali, aprendi que na Segunda Guerra a demanda por armamentos era tão grande que a empresa parou de fabricar automóveis para fabricar armas, e que uma parte da mão de obra usada por eles vinha dos campos de concentração.

Por isso que eu não tenho um Mercedes. Só por isso.




quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Frankfurt am Main

Não fomos para Frankfurt por causa de Frankfurt, isso é fato. O objetivo principal era o Salão do Automóvel (IAA - Internationale Automobil-Ausstellung), mas já que estávamos lá acabamos passeando pela cidade... e gostamos!

Frankfurt não é bonita à primeira vista; é um grande centro financeiro europeu e tem várias indústrias, o que pode ser simplificado dizendo que lá tem muito prédio, muito cinza e muita gente. Mas quando a gente vai descobrindo os lugares interessantes, em especial na parte antiga da cidade, vai simpatizando cada vez mais com ela.

Um dos lugares de destaque é o Römerberg, a praça central da cidade antiga, onde eram realizadas grandes feiras na Idade Média.


Perto dali encontramos a Kaiserdom, a catedral imperial onde eram coroados os reis germânicos a partir do século XIV e posteriormente os imperadores do Sacro Império Romano-Germânico a partir do século XVI.

Kaiserdom

Interior da Kaiserdom

Outro local interessante de ver é a casa onde nasceu Goethe. O prédio ao lado abriga um museu cujo acervo é relacionado com a vida do escritor. À noite, a região perto do museu é bem animada, com vários bares e restaurantes legais.

Frankfurt também possui diversos outros museus e igrejas, além de uma linda ópera antiga em estilo renascentista e uma ópera nova super moderna, toda de vidro.

Mas o que a gente foi mesmo fazer lá foi ver carro.

O Salão de Automóvel de Frankfurt acontece na Messeturm, uma área de feiras imensa bem no centro da cidade. São vários pavilhões, acho que uns onze, e todos eles estavam ocupados com exposições de carros. Algumas montadoras, como Mercedes-Benz e BMW, tinham o luxo de um pavilhão inteiro só pra elas.

Messeturm

Nunca na vida eu vi tanto carro que eu não posso comprar. Vários automóveis lindos e caros da Porsche, Ferrari, Bentley, Audi, Alfa Romeo, Jaguar, Aston Martin... se eu, que nem sou muito ligada nisso, já fiquei impressionada, imagina os (muitos) exemplares do sexo masculino que estavam lá! Parecia que estavam num parque de diversões, entrando nos carros e mexendo em tudo, tirando fotos de cada detalhe.

Rafael e o Audi

Que bobagem...

Brincando no Porsche

Pessoas babando

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Um dia em Fontainebleau

Não sei se é uma unanimidade, mas parece que franceses gostam de fazer trilha. Até aqui nenhuma novidade, porque conheço muito brasileiro que curte também. Só que no lado de cá do Atlântico, o povo gosta de fazer caminhadas por fazer; não pra chegar em algum lugar, e sim pelo simples fato de caminhar e apreciar o entorno. De onde eu venho, a gente aprecia o caminho e tal, mas a trilha geralmente leva a algum lugar: uma praia, uma cachoeira, uma vista. Eles não. Andam por andar.

A Gi já tinha me contado essa peculiaridade e algumas experiências pessoais nesse sentido, e na semana passada acabamos indo conferir o lance ao vivo. Nove da manhã de domingo, lá fomos nós pra Fontainebleau fazer uma caminhada no meio da floresta com a Gi, o Pierre e vários amigos franceses deles. O objetivo, claro, não era chegar numa cachoeira, e sim em algum lugar onde pudéssemos sentar e fazer um piquenique. Tá bom, pelo menos é um objetivo.

A pesquisa prévia sobre o local também me ajudou a achar uma graça a mais no passeio, pois descobri que Fontainebleau foi frequentada por diversos reis e imperadores no decorrer da história. Baseados no Château de Fontainebleau, várias gerações de Louis, François, Charles e até um ou dois Napoleões andaram e caçaram ali pela floresta, colocando a região no mapa de locais interessantes da França. Além disso, vários artistas como Corot, Monet, Renoir, Sisley e Cézanne também se encantaram com o local, imortalizando a natureza de Fontainebleau em suas telas.

Monet, The bodmer oak (1865)

Corot, Fontainebleau: Oak trees at Bas-Bréau (1832)

A floresta é bem diferente daquela que nós, brasileiros, conhecemos – eu, por exemplo, nunca tinha feito uma trilha fora dos domínios da Mata Atlântica. É formada principalmente de carvalhos, pinheiros e faias, além de muitas pedras grandes e pequenas que fazem a alegria dos escaladores de plantão. Bichos, não vimos nenhum, mas passamos por vários buracos feitos por javalis.

A trilha que fizemos era super fácil, poucas subidas e poucos obstáculos. Cada uma das trilhas é sinalizada com uma cor, e foi só seguir as marcações azuis para acharmos nosso caminho. Em determinado ponto, paramos numas pedras pra fazer o nosso piquenique, descansamos um pouco e voltamos a andar, andar, andar... no final, fomos para o castelo e passeamos um pouco por lá. No final do dia, estávamos exaustos, mas valeu a pena.

Rafael, Pierre e a floresta ficando laranja por causa do outono

Franceses perdidos

Piquenique nas pedras

Super prático comer assim, Rafael!

Esse boxer era de uma galera que estava praticando escalada perto da gente

Château de Fontainebleau