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quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Quinta-feira negra

Uma francesa que a gente conheceu disse que os franceses são especialistas em duas coisas: reclamar e fazer greve (o que é basicamente a mesma coisa, sendo a greve por vezes uma reclamação apenas um pouco mais específica adicionada de algum barulho, mas enfim). Eu acrescentaria pelo menos pão e vinho nessa lista, mas isto não vem ao caso agora.

O fato é que vimos hoje de perto, bem de perto, como eles sabem fazer greve da forma mais agressiva possível: colocando fogo em lixeiras no meio da rua, gritando, enfrentando policiais.

Esta manifestação foi no Boulevard des Capucines, perto da Ópera. Deixo as imagens falarem por si só:



quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Ausência

Amigos, perdão pela ausência, mas a gente se mudou pro apartamento novo na semana passada e eu achei que tinha ficado sem internet. Só que o apartamento na verdade já "vem" com internet - o dono cobra por ela, claro - mas eu só descobri isso depois.

Bom, de qualquer forma já estamos instalados e adorando a vizinhança... tem padaria, doceria, restaurante japonês, loja de vinhos, de queijos, de azeites, de carne, de peixe, de produtos orgânicos, de tranqueira, de tudo. Também é pertinho da Torre Eiffel :-) E o apartamento por dentro também é fofo, olha foto da sala/cozinha e do quarto:



segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Curiosidades: propagandas de destinos turísticos

Não é exclusividade da França, eu sei. Mas acho muito interessante os anúncios de destinos turísticos que veiculam aqui em todo canto: TV, revista, até no metrô! Os comerciais de TV geralmente são super-produções cinematográficas, mostrando paisagens sensacionais e muita gente bonita.

Claro que os maiores anunciantes desse segmento são países mais, digamos, desconhecidos do público europeu. Até agora já vi propaganda do Azerbaijão, da Macedônia, da Martinica e de alguns países da África.

Alguns exemplos:

Azerbaijão


Macedônia

domingo, 18 de janeiro de 2009

Je ne parle pas français

O Blogger me odeia, dá erro toda vez quando tento subir fotos. Acho que é algum problema com a conexão do hotel, então provavelmente até nos mudarmos, nada de fotos. Aliás, nem sei como vai ser quando nos mudarmos, porque até instalar internet deve demorar uns dias, e eu nem sei direito como é que vai ser pra pedir instalação. E pra piorar eu tenho evitado contato com os franceses, porque é na hora de falar francês de verdade que eu me dou conta de que eu não sei nada de francês.


A única coisa que tem dado pra fazer é comprar, porque aí é só puxar o cartão de crédito que fica tudo bem. Enfrentamos ontem a selva dos soldes num tour pelo Boulevard Haussmann e compramos casacos, calças e blusas por preços ótimos. Dessa vez vi gente de calça arriada experimentando roupas no cantinho da loja e gente se empurrando pra pegar casaco: parece que as pessoas esquecem todas as regras de convívio social na época da liquidação! Eu adoro uma boa oferta, mas mesmo com descontos de até 70% ainda não me animei a tirar a roupa na frente dos outros. Quem sabe na liquidação de verão?

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Le appartement


Eu achei mesmo que ia ser um dia bom, já que a meteorologia tinha anunciado sol pra hoje. Eles acertaram, apesar da temperatura continuar tão baixa quanto nos dias de chuva. Mas nem era isso que eu ia contar. Melhor do que a aparição do sol foi o fato de termos achado O apartamento depois de ver nove outros nestes últimos dias. É muito bem localizado no 7e arrondissement, todo novinho, lindo, lindo! Já pedimos a reserva, e muito provavelmente poderemos nos mudar na semana que vem. Tomara!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

A diferença entre visitar e morar numa cidade


É interessante sentir na pele a diferença entre apenas estar numa cidade e viver nela. Quando apenas estou numa cidade (i.e. turista), sempre me preparo mentalmente a aceitar todas as inevitáveis furadas em que vou entrar. Comprar a passagem mais cara no metrô, tomar o caminho mais longo, visitar museus quando eles estão em obra... são todas situações que geram boas risadas depois de voltar ao aconchego do hotel. Aconchego esse que pode acontecer a qualquer momento, basta ficar de saco cheio e zap!! Banheira quentinha, TV a cabo e aquecedor no máximo me esperam. Tudo sem limites, no esquema faça o que der na telha, ótimo!

Bom, o mesmo luxo não se aplica quando você mora e trabalha no lugar. Voltando do escritório, perder o metrô por não ter todas as moedas necessárias para comprar passagem na única máquina de tickets da região já não soa muito glamouroso. Nesse caso eu tive que sair da estação (enquanto assistia o trem indo embora), comprar uma Coca-cola no mercado pra "fazer moedas" - tentando não deixá-la escorregar pela luva e cair no chão - e aí sim, voltar à estação e comprar o bendito ticket. Meu nariz Made in Niterói adorou esse passeio extra no frio. Como o bendito jorra sangue fácil depois de longas fungadas no banheiro; fascinante a natureza não é?!

Nem adianta ficar de saco cheio quando você está trabalhando, porque banheira quente e TV a cabo só de noite e enquanto eu estiver no aparthotel, depois sabe-se lá. Quem nunca ouviu aquelas historias de brasileiros que levam esporro do locatário por gastarem muita água, ou seja, por insistirem em tomar banho mais de uma vez na semana? Aliás lanço um paradoxo: necessidade de consumir pouca água X existência de banheira em quase todos os apartamentos parisienses.

Estou doido pra ser aquele cara que dá dicas para os amigos e familiares que vêm visitar a cidade! Também quero olhar para os turistas com aquela expressão parisiense de "ai..saco, mais turista no meu arrondissement".

No final das contas e como sempre ouvi, acredito que todas essas furadas acabarão virando boas histórias para contar aos netos (afinal sigo a teoria do otimismo pregando que tudo, absolutamente tudo, guarda um aspecto positivo)... mas poxa, nem quero entreter meus futuros netinhos tanto assim né? Prefiro ser aquele avô cool que escuta mais do que fala sobre o passado.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Primeiras impressões

Paris é uma cidade com as estações muito bem demarcadas. Pode soar forçado falar isso, mas quem conhece Paris na primavera não está preparado para voltar a Paris no inverno: é outra cidade. Da primeira vez que vim aqui, achei tudo lindo e perfeito; desta vez, não dá vontade de sair do quarto aquecido em que estamos hospedados. Bom, desabafo feito, deixa eu contar um pouco do que aconteceu até agora.

Chegamos no domingo sem muitos problemas. Conseguimos rapidamente um táxi, mesmo carregando sete malas e uma mochila. O apart hotel em que nós estamos é ótimo, fica pertinho da estação de La Défense e de um shopping enorme, tem sala, quarto, cozinha e banheiro, tem wi-fi, tem TV a cabo.

Até ontem tinha neve no chão (olha a foto aí embaixo: é numa pracinha quase em frente ao apart), mas hoje choveu e a neve descongelou.

Rola nessa época uma mega liquidação de inverno, mas dá uma preguiiiiiiiça de entrar nas lojas! Fica tudo bem cheio e bagunçado: a Zara parecia uma zona de guerra, roupas espalhadas pelo chão, mulheres enlouquecidas vestindo roupas fora das cabines (ok, eram casacos, elas não são tão loucas assim). Rafael tá mais animado com a liquidação que eu, mas ele também ainda não teve coragem de enfrentar uma loja e realmente olhar as ofertas.

Hoje fomos ver apartamentos... vimos quatro: dois razoáveis, dois ruinzinhos. Temos mais visitas marcadas durante essa semana, e o consultor que está nos ajudando disse que depois que a gente escolher um, ainda demora mais ou menos uma semana pra gente enfim se mudar. Não vejo a hora! Não desfizemos as malas pra não ter que fazer de novo daqui a algumas semanas. Além disso, sem endereço não posso comprar um celular, e ficar sem celular é uma coisa muito esquisita pra mim.

Aliás, quem tiver Skype me manda o contato!

No mais, já estou me misturando à população: já me pediram informações duas vezes: numa eu não entendi o que a mulher perguntou, e na outra eu indiquei o caminho pra estação de metrô que o homem tava procurando. Já me perguntaram se eu tinha isqueiro. E um adolescente de uns 16 anos me falou que o amiguinho dele da mesma idade me achou charmosa. Falei que je ne parle pas français e continuei sentada, porque eu tenho idade pra ser mãe dele e as minhas costas estavam doendo.

Espero que na primavera meu humor melhore :-)

Sobre o nome do blog

Ainda antes de vir pra Paris, eu tava quebrando a cabeça pra pensar em um nome legal pro blog, mas nada interessante me ocorreu. Eis que chego aqui e, lendo uma revista francesa, encontro uma chamada: "Ne manquez pas" (lê-se, mais ou menos, nê mõ quê pá). O significado é "Não perca", mas achei engraçado porque parece que está dizendo "Não manque" (em francês, pra quem não sabe, a forma de uma frase de negativa é NE [verbo] PAS).
Eu sei que é extremamente mongol, mas eu achei engraçado, e o blog é meu. Conformem-se :-)

À bientôt et ne manquez pas!