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quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

A diferença entre visitar e morar numa cidade


É interessante sentir na pele a diferença entre apenas estar numa cidade e viver nela. Quando apenas estou numa cidade (i.e. turista), sempre me preparo mentalmente a aceitar todas as inevitáveis furadas em que vou entrar. Comprar a passagem mais cara no metrô, tomar o caminho mais longo, visitar museus quando eles estão em obra... são todas situações que geram boas risadas depois de voltar ao aconchego do hotel. Aconchego esse que pode acontecer a qualquer momento, basta ficar de saco cheio e zap!! Banheira quentinha, TV a cabo e aquecedor no máximo me esperam. Tudo sem limites, no esquema faça o que der na telha, ótimo!

Bom, o mesmo luxo não se aplica quando você mora e trabalha no lugar. Voltando do escritório, perder o metrô por não ter todas as moedas necessárias para comprar passagem na única máquina de tickets da região já não soa muito glamouroso. Nesse caso eu tive que sair da estação (enquanto assistia o trem indo embora), comprar uma Coca-cola no mercado pra "fazer moedas" - tentando não deixá-la escorregar pela luva e cair no chão - e aí sim, voltar à estação e comprar o bendito ticket. Meu nariz Made in Niterói adorou esse passeio extra no frio. Como o bendito jorra sangue fácil depois de longas fungadas no banheiro; fascinante a natureza não é?!

Nem adianta ficar de saco cheio quando você está trabalhando, porque banheira quente e TV a cabo só de noite e enquanto eu estiver no aparthotel, depois sabe-se lá. Quem nunca ouviu aquelas historias de brasileiros que levam esporro do locatário por gastarem muita água, ou seja, por insistirem em tomar banho mais de uma vez na semana? Aliás lanço um paradoxo: necessidade de consumir pouca água X existência de banheira em quase todos os apartamentos parisienses.

Estou doido pra ser aquele cara que dá dicas para os amigos e familiares que vêm visitar a cidade! Também quero olhar para os turistas com aquela expressão parisiense de "ai..saco, mais turista no meu arrondissement".

No final das contas e como sempre ouvi, acredito que todas essas furadas acabarão virando boas histórias para contar aos netos (afinal sigo a teoria do otimismo pregando que tudo, absolutamente tudo, guarda um aspecto positivo)... mas poxa, nem quero entreter meus futuros netinhos tanto assim né? Prefiro ser aquele avô cool que escuta mais do que fala sobre o passado.

4 comentários:

Maíra K. disse...

A gente reclama um bocado, hein? Hahahaha!

Mulherzices disse...

ai coitado!!!que meleca heim... bom mas agora vc já sabe, aproveita a liquidação e compra um sacão para moedas e ande com ele sempre lotado!!! Vivendo e aprendendo... aí sobre a banheira eu sei explicar... o lance é que eles ficam tanto tempo sem tomar banho que quando tomam precisam ficar de molho pra tirar o encardido!!! hehehehhe... vê se nao entra nessa heim???
beijooo

Anônimo disse...

Caramba,podia jurar que era Maíra que estava escrevendo,principalemnte na parte meu narizinho made in niterói,que bicha. hahahhahahha,burrão. perdeu o metrô. só vai M memso... abraço mlke e cuida da minha irmã direitinho Bruno.

Anônimo disse...

Gente, eu também jurava que era a Maíra escrevendo! Já ia perguntar "Como assim? A japonesa já arranjou emprego???" Concordo com o Bruno "narizinho made in Niterói" foi foda! ... Brincadeirinha... Fafinha, sei exatamente como vc se sente. Perder o ônibus, ficar no metrô 1 hora e meia por dia ou coisas afins não têm o menor glamour depois que se mora no lugar...