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terça-feira, 6 de outubro de 2009

Um dia em Fontainebleau

Não sei se é uma unanimidade, mas parece que franceses gostam de fazer trilha. Até aqui nenhuma novidade, porque conheço muito brasileiro que curte também. Só que no lado de cá do Atlântico, o povo gosta de fazer caminhadas por fazer; não pra chegar em algum lugar, e sim pelo simples fato de caminhar e apreciar o entorno. De onde eu venho, a gente aprecia o caminho e tal, mas a trilha geralmente leva a algum lugar: uma praia, uma cachoeira, uma vista. Eles não. Andam por andar.

A Gi já tinha me contado essa peculiaridade e algumas experiências pessoais nesse sentido, e na semana passada acabamos indo conferir o lance ao vivo. Nove da manhã de domingo, lá fomos nós pra Fontainebleau fazer uma caminhada no meio da floresta com a Gi, o Pierre e vários amigos franceses deles. O objetivo, claro, não era chegar numa cachoeira, e sim em algum lugar onde pudéssemos sentar e fazer um piquenique. Tá bom, pelo menos é um objetivo.

A pesquisa prévia sobre o local também me ajudou a achar uma graça a mais no passeio, pois descobri que Fontainebleau foi frequentada por diversos reis e imperadores no decorrer da história. Baseados no Château de Fontainebleau, várias gerações de Louis, François, Charles e até um ou dois Napoleões andaram e caçaram ali pela floresta, colocando a região no mapa de locais interessantes da França. Além disso, vários artistas como Corot, Monet, Renoir, Sisley e Cézanne também se encantaram com o local, imortalizando a natureza de Fontainebleau em suas telas.

Monet, The bodmer oak (1865)

Corot, Fontainebleau: Oak trees at Bas-Bréau (1832)

A floresta é bem diferente daquela que nós, brasileiros, conhecemos – eu, por exemplo, nunca tinha feito uma trilha fora dos domínios da Mata Atlântica. É formada principalmente de carvalhos, pinheiros e faias, além de muitas pedras grandes e pequenas que fazem a alegria dos escaladores de plantão. Bichos, não vimos nenhum, mas passamos por vários buracos feitos por javalis.

A trilha que fizemos era super fácil, poucas subidas e poucos obstáculos. Cada uma das trilhas é sinalizada com uma cor, e foi só seguir as marcações azuis para acharmos nosso caminho. Em determinado ponto, paramos numas pedras pra fazer o nosso piquenique, descansamos um pouco e voltamos a andar, andar, andar... no final, fomos para o castelo e passeamos um pouco por lá. No final do dia, estávamos exaustos, mas valeu a pena.

Rafael, Pierre e a floresta ficando laranja por causa do outono

Franceses perdidos

Piquenique nas pedras

Super prático comer assim, Rafael!

Esse boxer era de uma galera que estava praticando escalada perto da gente

Château de Fontainebleau

4 comentários:

Bel Butcher disse...

Fontainebleau é uma graça mesmo. Fomos no outono passado e morremos de frio. Mas fizemos um piquenique, claro!!, graças aa luvas e gorros.

Cris Chagas disse...

É, eu já havia notado isso e achei muito estranho. Ficava toda empolga "trilha? pra onde?" pra nada, né?! só pra andar no meio do mato mesmo. Pode até ser legal,mas, pra quem está acostumado a dizer "uaaaaaaaalll" no final da trilha, é meio frustrante.

Mari disse...

Teu post me deu vontade de fazer a trilha e conhecer as atrações da floresta de Fontainebleau! Eu adoro fazer trilhas, la em Floripa eu fazia direto, algumas bem hardcore e ja fiz varias assim so ir, passar por uns lugares legais, depois dar meia volta (ou acampar a noite) e voltar. E o castelo me pareceu muito legal na foto! Otima dica!!!
bjus!

Croissant com Manteiga disse...

Nossa... quem é essa moça bonitona de verde na foto? Hehehehhe...

A trilha é fofa mesmo, mas vale lembrar que foi lá que a corredora francesa foi sequestrada! Então moças... andem sempre acompanhadas, mesmo no "primeiro" mundo!